31/08/2011

Ansiedade e AVC

Cem mil brasileiros morrem todo ano por acidente vascular cerebral, doença que é responsável por 40% das aposentadorias precoces. A própria Organização Mundial da Saúde alerta que em cada seis pessoas no mundo, uma sofrerá de AVC. Neste Domingo, o técnico Ricardo Gomes foi uma de suas vítimas durante partida de futebol. O nervosismo e a ansiedade para ganhar o jogo, e por tabela, a hipertensão, podem ter cooperado. Aliás, a ansiedade, o mal do século 21, tem sido uma das principais causas de derrame cerebral. Dias atrás o Globo Repórter tratou do crescente quadro da ansiedade em crianças e jovens, e revelou que o maior problema são os pais, que, além de negligentes e com dificuldades matrimoniais, são demasiadamente ansiosos. A reportagem lembrou que é difícil encontrar um adolescente que não se preocupe com a escola, com a família e com a aparência, o problema é quando a preocupação é exagerada.

Mas, como lidar com os desafios quando a vida se transformou numa angustiante partida de futebol? Em tudo é preciso vencer. E os adversários são um time completo e implacável: metas, competitividade, desemprego, dívidas, conflitos familiares, violência, drogas, trânsito, doenças, rejeição, solidão... É um concorrido campeonato da sobrevivência num campo minado de adversários, onde alguns lutam para ficar em primeiro lugar e outros para fugir da zona do rebaixamento.

Será que a vida tem que ser assim, agitada, nervosa, estressante? Já disse Jesus que ninguém precisa ficar ansioso, pois as preocupações não irão encompridar a vida. No lugar disto, deve-se colocar em primeiro lugar o  Reino e a vontade de Deus, e todas as outras coisas serão acrescentadas (Mateus 6.25-34). Paulo sublinha esta promessa do Senhor com uma pergunta: Se Deus nos deu o seu Filho, será que não nos dará também todas as coisas? (Romanos 8.32). Ninguém está livre de preocupações, nem de AVC e de outros males. Importante mesmo é saber viver, viver em todos os sentidos.

Marcos Schmidt

Pastor luterano  

marsch@terra.com.br

Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

13/08/2011

Herança paterna

image Ao comemorarmos mais um dia dos pais fico a pensar na herança que deixarei para meus filhos.

Praticamente não tenho posses. Mas digamos que fosse um sujeito rico. O que faria pelos meus filhos? Talvez investisse na bolsa de valores? Se bem que com a crise dos Estados Unidos a coisa anda feia. De repente uma linda casa na praia? Pois é..., mas e os tsunamis, vendavais? Acho que não é boa idéia! De repente faço uma poupança? Mas vá que apareça algo com o plano Collor?! Não! Melhor não!

A verdade é que nesse mundo não há nada totalmente seguro. Tudo pode falhar. Não é por menos que Jesus orientou: “Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam. (Mt 6.19)”.

O que posso fazer para garantir um futuro melhor para meus filhos?

Lembro com clareza da atitude de um casal que entregou seu filhinho para ser criado por outra família. Inicialmente parecia um gesto de malvadeza. Dar o próprio filho?! Que coisa feia! Mas, percebendo as lágrimas tanto nos olhos do pai quanto da mãe, notei que faziam por necessidade e amor. Entregavam a criança porque passavam necessidade. Estavam certos de que seria melhor para o filho a criação da outra família.

Felizmente tenho como sustentar meus filhos, mas sei que o melhor que posso fazer por eles é colocá-los nas mãos de outro Pai. Fiz isso quando batizei meu menino e minha menina na fé cristã colocando-os na família celeste. Agora eles são filhos de Deus e diariamente lembro-lhes dessa realidade. Tudo para que um dia, por meio da fé, reivindiquem para si a herança da vida eterna, conquistada por Jesus, que morreu, mas ressuscitou, vencendo a morte.

Um filho tem herança. Nós pais humanos podemos deixar dívidas e problemas, alguns podem deixar um dinheirinho. Mas Deus é o único que pode dar a herança da vida eterna. Isso é bom demais! Afinal, nenhum tsunami pode nos tirar, nem ladrão pode levar, nenhuma crise pode destruir esse tesouro dos céus.

Em nosso mundo, os valores variam, a economia oscila, e os que vivem sem um ideal destroem e promovem ações vergonhosas como aqueles jovens ingleses que andam destruindo tudo pela frente. Mas os que confiam no Senhor são como os montes de Sião, que não se abalam, mas permanecem para sempre. Desejo que meus filhos estejam entre esses, entre os que confiam no Senhor! Por isso, a herança da fé em Jesus é o que de melhor eu posso deixar.

Pastor Ismar Pinz

ismarpinz@yahoo.com.br

10/08/2011

Instabilidades e segurança

imageAplique o seu dinheiro em vários lugares e em negócios diferentes porque você não sabe que crise poderá acontecer no mundo”. Seria apenas um conselho na atual crise econômica se não estivesse no livro bíblico de Eclesiastes. O que se vê nas capas dos jornais é história repetida, com primeira edição quando o Criador anunciou ao provedor do lar o fruto da desobediência: “a terra lhe dará mato e espinhos, você terá de trabalhar no pesado e suar para fazer com que ela produza algum alimento, até que você volte à terra”. Barak Obama sente na carne a maldição de Gênesis igual a qualquer pai. Mas as instabilidades da vida, a exemplo da bolsa de valores, são a coisa mais certa. Hoje temos dinheiro, amanhã podemos estar pobres, hoje temos saúde, amanhã podemos estar doentes, hoje estamos vivos, amanhã podemos estar mortos... O que será daqui um minuto, uma hora? E se a crise bater a minha porta? Estou preparado sem cair no desespero?

A instabilidade, no entanto, sempre tem efeitos positivos num mundo que precisa rever os seus conceitos de valor, sobretudo em relação ao Deus, denominado insistentemente pelas Escrituras de Eterno e Verdadeiro. O salmista já alertava: “Ainda que as suas riquezas aumentem, não confiem nelas” (Salmo 62). Por isto a oração dele: “Não me deixes ficar nem rico nem pobre. Porque se tiver mais do que o necessário, poderei dizer que não preciso de ti. E, se eu ficar pobre, poderei roubar e assim envergonharei o teu nome” (Provérbios 30). Mesmo com toda a prosperidade, Davi confessou no Salmo 144 que Deus é a rocha e confia na proteção dele.

Diante disto, só resta o caminho indicado por Jesus: “Não fiquem preocupados com o dia de amanhã”. Não no sentido da irresponsabilidade, mas quanto à primordial ocupação, e que prepara para as desventuras terrenas. Uma fé que tem promessa: “Ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e a vontade dele, e ele lhes dará todas as outras coisas” (Mateus 6).  

Marcos Schmidt, pastor luterano.   

marsch@terra.com.br

Igreja Evangélica Luterana do Brasil, Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS