28/05/2014

O banho que transforma

É interessante como o banho não tem a função apenas higiênica. Claro, ele serve para nos lavar e eliminar bactérias. Mas o banho tem algo a mais. Depois daquele dia estressante de trabalho, um banho quente alivia e revigora. Depois de um dia onde nem tudo deu certo, um banho relaxante parece enviar para o ralo alguns problemas. Uma pesquisa aponta que tomar banho pela manhã torna as pessoas mais dispostas, alegres e focadas nos seus desafios diários. Banho não é apenas questão de higiene. Um bom banho parece acalmar, desestressar e reanimar.

Como pode um simples lavar com água mexer com nossos sentimentos, com nossa vida e com nosso futuro? Não estou falando mais do banho debaixo do chuveiro, mas de um banho único na vida: o batismo. É água e Palavra de Deus (Pai, Filho e Espírito Santo).  “Ele nos salvou por meio do Espírito Santo, que nos lavou, fazendo com que nascêssemos de novo e dando-nos uma nova vida” (Tito 3.5). O batismo cristão transforma vidas. Vidas sem Deus tornam-se vidas com Deus. Assim como o banho alivia as tensões do dia a dia, assim também o batismo mexe com o coração, com a alma, com a vida. Batismo é certeza de estar no colo de Jesus. É para a vida inteira, em dias bons ou maus.

No seu próximo banho, lembre-se do seu batismo. Assim como um simples banho lhe garante alívio e descanso, assim também o batismo lhe garante ajuda, força e salvação. Afinal “quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Marcos 16.16). Você sabe o dia em que recebeu o batismo cristão? Se não me engano, o meu foi em 7 de julho de 1984 lá no famoso “Rincão do Tigre” (era interior de Ijuí), na Congregação São Paulo (hoje pertence ao município de Boa Vista do Cadeado). E o dia do seu batismo? Procure saber em qual dia você foi unido com Jesus pelo batismo.

Então fica a dica: banho não é apenas questão de higiene. Banho relaxa, revigora e traz descanso. Banho mexe com nossos sentimentos e emoções. Este banho deve nos lembrar do batismo, dia em que a vida mudou para sempre. Batismo é salvação, é perdão, é recomeço, é ter Cristo presente no dia a dia. Eu sou batizado na fé cristã e isto mudou a minha vida. E você?

Pastor Bruno A. Krüger Serves. Congregação Evangélica Luterana Cristo, Candelária-RS.

22/05/2014

Lei da Palmada

Um projeto de Lei, que foi aprovado esta semana, ganhou o apelido de “Lei da Palmada”. Ela proíbe toda e qualquer agressão contra crianças – mesmo que seja uma palmada dada pelo pai ou pela mãe.

Compreendo e elogio o objetivo maior da Lei, que é frear a ação irracional de uma série de adultos desequilibrados que perdem a cabeça e ganham força no braço, de forma que a palmadinha vira surra! Porém entendo que a generalização que a Lei faz é condenável. Colocar toda e qualquer palmada como crime confunde as coisas. Dizer que um pai e uma mãe que dão uma palmadinha para chamar atenção da criança são criminosos é exagero. Supor que muitos não sabem diferenciar palmada de espancamento é desacreditar de tudo.

No meu entender, o que realmente merecia um corretivo, quem realmente deveria receber uma forte palmada não são as crianças, mas uma senhora já crescida chamada “Impunidade”!

Lamento o quanto nós nos detemos em criar novas leis, ao invés de punir as transgressões. Já há leis que punem espancamentos e agressões a menores. Por isso o problema não é a falta de leis, mas a falta de punição.

A impunidade reina! O irônico é que a Lei da Palmada de uma ou de outra forma acaba levando um pouco mais de impunidade para dentro de casa. Por outro lado a Bíblia diz: “É bom corrigir e disciplinar a criança. Quando todas as suas vontades são feitas, ela acaba fazendo a sua mãe passar vergonha” (Provérbios 29.15). E ainda: “Quem não castiga o filho não o ama. Quem ama o filho castiga-o enquanto é tempo.” (Provérbios 13.24)

Sei que para punir, não é preciso agredir. Aprovo a força do diálogo e conheço a fraqueza da violência. Por isso não condeno o objetivo da Lei, porém destaco que a solução está na educação das pessoas, a fim de que saibam se controlar, medir, julgar, dialogar. A solução não está no texto da Lei. Pena que em nosso país se gasta tanto com legisladores e tão pouco com os educadores.

O Mestre Jesus estaria sempre pronto a desestimular toda e qualquer forma de violência, especialmente contra crianças. Para combater toda maldade apregoou uma única Lei, a Lei do Amor. Educar e cuidar com amor. Honrar e respeitar com Amor. Por Amor ele sofreu sobre si, palmadas, bofetadas, chicotadas e inclusive a crucificação.

Uma palmada com Amor é mais nobre que a omissão daquele que nem se importa com a verdadeira educação. Mas, o diálogo firme e amoroso é ainda mais valioso.

Pastor Ismar L. Pinz (ismarpinz@gmail.com)

Comunidade Luterana Cristo Redentor. Pelotas, RS.

16/05/2014

Direito de Ser Esquecido

O título da manchete era: Tribunal europeu decide a favor do “direito de ser esquecido” no Google.

O processo foi aberto por um espanhol, Mario Costeja González, que apresentou queixa depois que a Google recusou um pedido para eliminar informações pessoais que apareciam na versão online de um jornal espanhol vários anos depois de a disputa legal ter sido resolvida. A Google se disse decepcionada com a decisão do tribunal.

Uns dizem que a internet é como se fosse uma enorme biblioteca e a ferramenta de pesquisa como se fosse um bibliotecário. Sem a ajuda desse bibliotecário, em uma biblioteca com incontáveis livros, achar um livro ou qualquer outra informação é praticamente impossível. O Google vai ser obrigado a “se esquecer” do Sr. Mario González. Logo, ele também perderá o seu direito de ser lembrado.

Quem não quer um direito desses? Isto é o que mais queremos quando a nossa reputação está manchada. Mas na hora de ganhar presente, todo mundo quer ser lembrado, né?

Na Bíblia, a manchete é diferente. Deus não se esquece de nós, mas apenas daquilo que nos afasta dele. Ele mesmo diz: Eu sou o seu Deus e por isso perdoo os seus pecados e os esqueço. (Is 43.25) Será que uma mãe pode esquecer o seu bebê? Será que pode deixar de amar o seu próprio filho? Mesmo que isso acontecesse, eu nunca esqueceria vocês. (Is 49.15)

Nós é que temos a tendência de nos esquecermos dele. Queremos nos esconder atrás dos nossos muitos pecados e fugir para bem longe da sua Palavra e Sacramentos. Por isso precisamos ser diariamente lembrados que o Bom Pastor não se esquece de nenhuma de suas ovelhas. Para Ele, nós não somos apenas mais um nome na internet para ser pesquisado.

Que possamos sempre nos lembrar do exemplo do malfeitor na Cruz e suplicar todos os dias: Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino”. (Lc 23.42)

Otto Neitzel, pastor luterano.

Congregação da Cruz – Porto Alegre.