07/12/2013

Mais um ano vai…

Queridos irmãos e irmãs em Cristo.

Confesso que a cada final de ano fico muito preocupado com o ano que virá. Penso em todos os desafios que temos e tenho medo de não conseguirmos vencê-los. Mas, aqui estamos e podemos dizer com Samuel: “Até aqui o SENHOR Deus nos ajudou” (1 Samuel 7.12).

Janeiro começou com todos ainda meio cansados das festividades e programações do final do ano. Logo veio fevereiro e o acampamento dos jovens. Foi muito divertido, muita comunhão, brincadeiras, devoções e chuva, bastante chuva pra fechar “com chave de ouro”.

Março chegou e trouxe consigo o início das atividades. Retomamos os cultos de estudo nas quartas, os encontros de famílias, confirmandos e escolinha também voltaram, tivemos nossa primeira Assembléia Ordinária do ano. Os jovens fizeram seu lanche e se reuniram com todos os irmãos do Dijesul no belo Festival Missionário na Praia do Laranjal – que tarde bonita foi aquela! Terminamos o mês com um belo culto de Páscoa e um delicioso café da manhã entre irmãos no salão.

Abril veio com as Servas comemorando os aniversários dos primeiros meses do ano e os jovens se descabelando pra organizar a Superliga Trindade (torneio de vôlei). Maio começou com muito trabalho, o mutirão para limpeza do salão e do pátio da igreja. Tivemos também o chá das mães.

Junho foi marcado pelo Congresso Cultural do Dijesul e pelo Jantar Romântico, talvez uma das programações onde mais se viu o amor cristão juntando os irmãos da Trindade. Em julho as Servas tiveram a segunda comemoração de aniversários e a Jutripel realizou a II Noite Artística. Que maravilha!

Em agosto comemoramos o dia dos Pais com muita alegria, tivemos nossa segunda Assembléia Ordinária e foi feito o mutirão para trocar o piso da escolinha. Setembro também foi movimentado com Encontro de Integração do Dijesul, Culto Crioulo e Congresso Distrital das Servas.

Em outubro tivemos o primeiro Congresso Infantil do Distrito Sul I, uma grande bênção ver tantas crianças reunidas. Também tivemos o culto de aniversário da Congregação com o Pr. Mauro como nosso pregador.

Em novembro os jovens fizeram mais um lanche e disputaram o Congresso Esportivo, nos orgulhando muito com a bela participação. E dezembro chegou. Estamos a poucos dias de mais um Natal e Ano novo. Muita correria, muitas programações. Mas podemos olhar pra trás e nos alegrarmos porque, mesmo em meio a tantas dificuldades conseguimos vencer mais uma etapa, com a graça do nosso bom Deus. Que venha 2014.

Outro ano vem…

Sylvester, Dia De Ano Novo, 2014, Meia Noite

Ao terminarmos o ano, pensando em tudo que passou, as dificuldades superadas, as bênçãos alcançadas, nos sentimos muito agradecidos a Deus e com o coração cheio de alegria.

Porém é hora de olharmos pra frente. Daqui a pouco mais um ano começará. Precisamos nos organizar. Precisamos dobrar nossos joelhos e nos colocar em oração, pedindo a Deus que nos dê sabedoria para podermos planejar o trabalho da melhor forma. Mas acima de tudo precisamos pedir que Deus, em seu grande amor, no de forças, ânimo, capacidade e destemor para cumprir o nosso dever de seus servos.

Mais um ano vem... muitas oportunidades nos serão dadas para servirmos a Deus e ao nosso próximo. Muitas oportunidades nos serão dadas de testemunharmos o amor e a salvação de Deus através da nossa vida, com palavras e ações que sejam coerentes com aquilo que acreditamos. Muitas oportunidades nos serão dadas para agirmos como congregação, vivendo o amor cristão dentro da nossa comunhão e fazendo com que esse amor se espalhe pela nossa vizinhança.

Lembremos sempre que somos vasos de barro onde Deus depositou um grande tesouro. Às vezes é necessário que esse vaso se quebre para que o tesouro da salvação possa ser derramado e alcançar a muitos.

Feliz ano novo!

Pr. Marcio Loose

25/07/2013

“BOTA FÉ EM JESUS”

A simpatia e o carisma do papa Francisco são indiscutíveis.

No primeiro discurso no Brasil, o pontífice disse: “Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo! Venho em nome dele”.

Confesso que essa frase, parafraseando Pedro no texto de Atos 3.6 ganhou também a minha simpatia.

Outra frase de impacto do represente do Vaticano foi: “Cristo bota fé na juventude”.

Acrescento que, mais importante do que saber que “Cristo bota fé na juventude” é a própria juventude, junto com todas as pessoas de todas as idades colocarem, depositarem a sua fé em Jesus. A verdadeira sabedoria é "Botar fé em Jesus!" Pois Ele é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6). Jesus é o Único Salvador. Como está escrito em At 4.12: “A salvação só pode ser conseguida por meio dele. Pois não há no mundo inteiro nenhum outro que Deus tenha dado aos seres humanos, por meio do qual possamos ser salvos.”

Por isso, sempre que alguém, humildemente centralizar Jesus, deve receber nosso respeito e nossa simpatia, mas quando vier com um evangelho diferente, ainda que revestido de pele de cordeiro, podemos saber que espiritualmente trata-se de um lobo.

Confesso que senti uma grande tristeza ao receber a notícia de que a igreja católica estava prometendo que os que seguirem o papa no twiter teriam seus anos no purgatório diminuídos. Senti-me triste porque essa decisão e anúncio não centralizam Jesus e sua obra redentora.

Tudo o que se coloca como salvador, sejam obras, imagens, redes sociais ou mesmo um papa, ocupa um lugar que não lhe é devido, pois se podemos por esse ou aquele motivo adquirirmos o perdão, então segue que Cristo morreu em vão! Como está escrito em Gálatas 2.21.

Que a simpatia e o carisma de Jorge Bergoglio, o papa Francisco, se direcionem a Jesus, como único e suficiente Salvador, para que sua posição seja simpática não apenas perante os homens, mas também perante Deus. Apontando para Jesus, o papa será no Brasil e no mundo, um instrumento do próprio Deus Altíssimo. Que assim seja!

Pr. Ismar Pinz - Pelotas, RS

11/06/2013

O Diabo é capaz

Como você se sentiria, se numa campanha publicitária aparecesse o desenho um homem barbudo com seu filhinho, cantando: "Maltratar as criancinhas é coisa que não se faz, mesmo sendo Osama Bin Laden , disto nem eu sou capaz"? É lastimável, mas uma campanha tão importante que procura resgatar a qualidade do ensino nas escolas, tira nota baixa em lição fundamental: o respeito aos ensinos cristãos. Em 2003, quando o tema foi a violência infantil, a campanha  já tinha praticado tal agressão religiosa. Agora ela retorna, desmerecendo a crença de grande parcela da sociedade, de crianças que recebem em casa e nas igrejas a educação básica da fé cristã - que o Senhor Jesus Cristo resgatou a humanidade da maldição do Diabo. É falta de sensibilidade ou campanha direta contra a fé cristã? Quando a Bíblia adverte: "Estejam alertas e fiquem vigiando porque o inimigo de vocês, o Diabo, anda por aí como um leão que ruge, procurando alguém para devorar" (1 Pedro 5.8), então é preciso reorientar as nossas crianças na frente da televisão: "O Diabo é capaz, sim, de maltratar as criancinhas".

Não é de hoje que certas propagandas, programas e entretenimentos na televisão fazem um grande malefício às crianças, jovens e adultos. O caminho não é simplesmente proibir, desligar, fugir do que acontece ao redor, mas conversar com os filhos e família, interagir e adquirir bom senso e sabedoria para enfrentar a situação. Até porque não é só contra os princípios bíblicos que sutilmente surgem os ataques, mas também contra a conduta e práticas cristãs. Os que ainda seguem o Caminho, a Verdade e a Vida (Jesus), precisam se dar conta que "a melhor herança" é aquela descrita na carta bíblica: "Assim esperamos possuir as ricas bênçãos que Deus guarda para o seu povo" (1 Pedro 1.4). Vale, portanto, a recomendação: "Vistam-se com toda a armadura que Deus dá a vocês, para ficarem firmes contra as armadilhas do Diabo" (Efésios 6.11).

Marcos Schmidt, pastor luterano (marsch@terra.com.br)

Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

06/06/2013

Palavras que alegram o coração

      

      A palavra tem um poder extraordinário, tanto para o bem como para o mal. Ela pode alegrar ou causar profunda tristeza. Com a palavra podemos incentivar uma pessoa para a realização de uma tarefa ou podemos desanimá-la por completo. Ela tem poder para derrubar os poderosos e força para erguer os fracos. Com o uso da palavra bendizemos ou maldizemos. Saber usá-la adequadamente é um grande desafio para o ser humano.

       Deus, o nosso Criador, deixou por escrito as suas palavras para serem usadas com  propósitos bem definidos. E um destes é para alegrar o coração. Mas, que palavras são estas? Por exemplo: “Foi a Espírito de Deus que me fez, e é o sopro do Todo-Poderoso que me dá vida” (Jó 33.4). O Senhor Deus diz: “Eu sempre os amei e continuo a mostrar que o meu amor por vocês é eterno” (Jeremias 31.3). Ou, palavras do Senhor Jesus: “Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).

       Os planos de Deus para com o ser humano giram em torno da vida. Morte e destruição são consequências do desprezo da palavra divina. A tarefa daqueles que acreditam e confiam em Deus é espalhar as suas palavras tal como sementes. Estas sementes, acolhidas num coração transformado pela fé em Cristo, irão crescer e produzir muitos bons frutos.

       É aconselhável, sempre que pudermos, dizer algo que ajude as pessoas. Caso contrário, para não complicar ainda mais a vida de alguém, é preferível ficar quieto. A maioria das pessoas tem carência de um elogio sincero, de uma palavra de consolo e até mesmo de um conselho edificante.

       Por mais que procuremos palavras bonitas ou pensamentos motivadores, jamais vamos encontrar palavras tão poderosas como as de Deus. “A lei (Palavra) do Senhor é perfeita e nos dá novas forças. Os seus conselhos merecem confiança e dão sabedoria às pessoas simples. Os ensinos do Senhor são certos e alegram o coração. Os seus ensinamentos são claros e iluminam a nossa mente” (Salmo 19.7-8). A alegria que Deus nos proporciona a partir da sua palavra é para sempre. Ouvir e praticar os seus ensinamentos são a receita para uma vida realmente feliz.

Pastor Fernando E. Graffunder (fergraff@terra.com.br)

Três Vendas – Pelotas, RS.

24/05/2013

Controle de qualidade

De cinco em cinco anos, a Escola Panamericana passa por um processo de acreditação para manter o seu status de escola internacional. Ela é avaliada por uma empresa especializada em normas técnicas do setor educacional que envia quatro funcionários por um período de quatro dias para que possam verificar de perto as evidências e práticas de uma escola de qualidade. Por fim, a escola ganha uma nota que varia de 1 a 4, sendo 4 a nota para uma escola exemplar.

Estes quatro dias já estão marcados para outubro de 2014. Mesmo assim, a escola já vem se preparando e até implantou um plano de ação para tentar alcançar a nota máxima. Muitos discutem sobre a subjetividade de um processo como esse. Afinal de contas, o controle de qualidade de uma instituição como uma escola é muito diferente e difícil se comparado com o controle de qualidade de um aparelho de celular ou de um litro de leite integral.

Como é o controle de qualidade de uma igreja? Existe um? O que daria nota máxima a uma igreja e o que a reprovaria? Será que a minha escolha de igreja se baseia no fato de ela ser “de qualidade” ou será que tem mais a ver com a proximidade da minha casa, tradição, músicas, nível social, pastor, amizades, outros?

A pura doutrina bíblica que podemos ler no Livro de Concórdia pode servir para nós como uma espécie de “Inmetro” quando confrontados com as perguntas acima. Não temos como dar uma nota de 1 a 4 para uma igreja, mas temos como saber se aquele grupo de pessoas reunido é ou não igreja com base no que diz o Artigo VII da Confissão de Augsburgo quando fala sobre os sinais da igreja: “Ensina-se também que sempre haverá e permanecerá uma única santa igreja cristã, que é a congregação de todos os crentes, entre os quais o evangelho é pregado puramente e os santos sacramentos são administrados de acordo com o evangelho.”

Com isto em mente, todos os cristãos do mundo tem a autoridade e devem controlar a qualidade de suas igrejas. Afinal de contas, o diabo está sempre aí tentando adicionar formol e ureia a esta receita! 

Otto Neitzel

08/05/2013

Quanto vale a minha mãe

         

           Se fossemos recompensar nossas mães por tudo o que elas fizeram, e por todo sacrifício que enfrentaram, quanto valeriam? Quanto valeria carregar alguém por 9 meses, 24 horas por dia? Quanto valeria dar o melhor de si na amamentação? E de acordar todas as noites no meio do sono para consolar e cuidar do filho que chora, sem ganhar horas extras? E as preocupações, rugas e estrias – em nome de nosso bem estar e vida? Sem contar a dívida que duplica com aquelas que foram abandonadas e carregam o estigma de “mães solteiras”, tendo que assumir o papel de pai e suprir com tantas outras necessidades?

            Diante disso, há muito que se possa fazer, mas nunca que pague ou recompense a tarefa materna. Afinal um dia fomos fracos, desprotegidos e dependemos totalmente delas; é verdade que ao longo da vida vamos nos tornando independentes, mas o amor de mãe sempre é o mesmo preenchendo vazios e carências. E quando a biológica se ausenta voluntariamente ou não, há sempre alguém que nos completa e assume este papel indispensável à vida, de zelo, consolo, ensino e disciplina.

            Quanto vale a referência materna passada e ensinada por gestos, com ações práticas? Acredito que tanto o preço como a dívida convergem para o amor. Uma mãe faz o que faz, não é por outro motivo senão amor; não amor próprio, mas justamente o oposto! Se há um preço que podemos recompensá-las, não há outro, senão o amor!

            Martinho Lutero afirmou que pais são máscaras de Deus, representantes primeiros dEle entre a criação, neste sentido as palavras bíblicas “Amem uns aos outros assim como eu vos amei!” (João 13.34) proferidas por Jesus, podem ser comparadas aos de pais e mães. Não um amor platônico, mas confirmado com atos e gestos – com privações e total entrega para o bem alheio.

            É triste ver que o referencial materno e paterno está cada vez mais comprometido e deturpado entre nós, e que os valores impostos ou vividos pelos pais e pelos filhos desagradam e desonram a Deus, e isso reverte em muitos sofrimentos! Afinal o amor está cada vez mais próprio, o egocentrismo desqualifica o quanto vale uma mãe.

          “Assim como eu vos amei” eis o caminho para melhor recompensar e honrar nossas mães não nesta semana ou mês, mas como filhos amáveis durante todos os dias de nossas vidas. O amor não tem preço! Mesmo o ouro ou prata diante dele perdem o valor e não são suficientes, à alguém que deu o sangue, para vivermos (1ª Pedro 1.18,19)!

Márlon Hüther Antunes é Teólogo e Pastor da Igreja Luterana em Maceió – AL

06/05/2013

Primeiro Encontro de Leigos Trindade - 2013

No dia 28 de abril foi realizado o primeiro encontro dos Leigos neste ano.

Foi muito bom estarmos reunidos como irmãos na fé, crescendo na amizade e nos divertindo de forma sadia entre pessoas queridas.

Contamos desde já com a presença de um maior número de leigos para o próximo encontro. Ainda temos que marcar a data e o local, mas todos estão convidados.

Obs.: o resultado foi: alguns peixes, carro atolado, e muitas risadas.

27/03/2013

O que a Páscoa tem a ver comigo?

      

Deus, o Criador de tudo o que existe no universo, jamais abandou a coroa da sua criação – o ser humano. O desfecho da obra reconciliadora com Pai Celestial é comemorado na festa chamada de Páscoa. Ao ressuscitar no terceiro dia Jesus realizou por completo o plano da salvação eterna, o maior desejo de Deus. Está escrito: ”Ele (Deus) quer que todos sejam salvos e venham a conhecer a verdade.” (1 Timóteo 2.4).

       As Escrituras Sagradas afirmam: “Lá do céu o Senhor Deus olha para a humanidade a fim e ver se existe alguém que tenha juízo, se existe uma só pessoa que o adore. Mas todos se desviaram do caminho certo e são igualmente corruptos. Não há mais ninguém que faça o bem, não há nem mesmo uma só pessoa.” (Salmo 14.2-3). Aos olhos de Deus todos são pecadores e merecedores da condenação eterna. Por isso, Jesus ao morrer na cruz, pagou o preço devido pelos pecados de toda a humanidade.

       Particularmente posso perguntar: O que a Páscoa tem a ver comigo? A resposta é: Tudo. Foi pensando em mim que Deus assumiu a natureza humana em Cristo. Foi por causa da minha desobediência que Jesus se entregou para ser crucificado sob a falsa acusação de que tinha blasfemado contra o Criador. Jesus assumiu o meu lugar. Ele entregou a sua vida por mim.

       A verdadeira vida assim como a vida eterna só é possível mediante a fé no Salvador Jesus. A pessoa que não o aceita como tal continua afastada de Deus. O sacrifício de Cristo foi em nosso favor. Não em favor dele mesmo. Ao ressuscitar no terceiro dia ele venceu a morte, o último inimigo a ser vencido. Isto quer dizer que a Páscoa é a celebração da vitória sobre o pecado, o Diabo e a morte. Também significa que assim como Cristo ressuscitou dos mortos para a vida eterna, todo aquele que o aceitar como Salvador dos seus pecados irá ressuscitar para a vida eterna.

       A Páscoa tem tudo a ver com aqueles que querem viver e acreditam na vida perfeita e eterna no paraíso de Deus. Mesmo para quem não entende ou aceita o amor de Deus, cada minuto de sua existência é importante para mudar de idéia e acreditar na vida. A Páscoa só não tem sentido para quem não deseja viver. Quem crê em Cristo está no perdão. Quem está perdoado vive em paz, alegria e esperança. Ou seja, a Páscoa tem tudo a ver comigo. Feliz e abençoada Páscoa para todos.

Pastor Fernando E. Graffunder (fergraff@terra.com.br)

Três Vendas – Pelotas, RS.

26/03/2013

O Papa não é a Pedra Fundamental

Várias denominações cristãs tem caído no erro de personalizar a Igreja, fundamentando-a na figura de um personagem, um erro que oculta o nome de Jesus, semeia vaidades, guerras por poder e muitas outras coisas condenadas por Jesus.

Não há problema em reconhecer o Papa como líder da Igreja Católica Romana. Liderança é necessária! Nesse sentido desejo que Deus abençoe o homem que for escolhido para essa função, e que ele possa servir e anunciar o nome de Jesus como Salvador.

No entanto, dizer que o papa é sucessor de Pedro e que foi sobre esse discípulo que Jesus edificou sua Igreja é um grande erro gramatical e consequentemente doutrinário.

No texto de Mt 16.13-20 lemos que Jesus refere-se a uma “Pedra” sobre a qual edificaria a sua Igreja. Que Pedra é essa? Uma leitura rápida do texto dá a impressão de ser Pedro, como dizem os católicos, porém, a Pedra que o texto menciona é a resposta que Pedro deu ao afirmar que Jesus era o Cristo Salvador. Pedro disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo (v.16)”. Na língua grega, o pronome demonstrativo do v.18, se refere claramente a frase de Pedro do v.16, e não a sua pessoa.

Em outro momento Jesus afirma que aqueles que negam e não confiam nele como “o Cristo”, estão rejeitando a Pedra Angular (Mt 21.42).

Jesus e todos os apóstolos ensinam que o firme fundamento da Igreja é a Palavra de Deus e não seres humanos. O próprio Pedro cita Isaias ao dizer queo ser humano é como uma erva do campo, e a sua glória como a flor dessa erva, mas que a erva seca e a flor cai. Apenas a Palavra de Deus dura para sempre (1 Pe 1.24-25).

Pedro jamais se considerou a Pedra Fundamental da Igreja! Ele sabia o seu lugar. Era apenas um líder, servo de Cristo.

Sendo assim, a Igreja não deve estar personalizada em um pastor, bispo, cardeal ou papa. Esse erro, como disse no princípio, é recorrente em várias denominações, como se fosse a igreja do pastor “x” ou do bispo “y”, e não de Jesus. Esse erro já era manifesto na época dos apóstolos. Foi aos coríntios que Paulo teve de criticar aqueles que ficavam dizendo: “Eu sou de Paulo! Eu sou de Apolo! Eu de Pedro!” Por acaso Pedro ou Paulo foram crucificados por vocês? Por acaso algum apóstolo ressuscitou por nós? Paulo insiste em que no máximo um plantou e outro colheu, mas a semente é a Palavra, que anuncia Jesus como o Cristo Salvador. (1 Co 1.12-13). Que o novo Papa e que cada um de nós sejamos meros semeadores, desta Poderosa Semente.

Que sejamos pedras vivas, sobre a Pedra Angular, a Rocha Eterna, que é Jesus, revelado em sua eterna Palavra; pois Jesus de uma maneira bem prática ensinou que os que ouvem os seus ensinamentos (Palavra) e os praticam, são como um homem sábio que construiu sua casa sobre a Rocha! (Mt 7.24-27).

Pastor Ismar Pinz - Ismarpinz@yahoo.com.br

Comunidade Luterana Cristo Redentor - Três Vendas, Pelotas, RS

13/03/2013

A Cruz não é espada

O que dizer sobre a polêmica eleição do deputado e pastor Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara? Ele é acusado de racismo e homofobia ao declarar na Internet que os negros são "descendentes amaldiçoados de Noé" e que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição". Se estas e outras denúncias são verídicas, de fato é um escândalo para a política e o cristianismo. Mas o imbróglio é complexo, tanto na esfera política como religiosa. Confusão - este é o nome para tudo isto que presenciamos na sociedade brasileira e no mundo quando ninguém mais se entende. E a maioria também não entende o quê está por traz de tudo. Quando a poeira se levanta, o que se enxerga? Nada! O que se vê mesmo é uma disputa de poder e ideologias em nome disto e daquilo, que gera radicalismos, ódio, brigas. Uma Torre de Babel!

A própria mistura de política e religião é conflituosa, igrejas e pastores remetidos à Idade Média quando imperador e papa dividiam reinos e propriedades e julgavam doutrinas e leis civis na mesma mesa. Por outro, têm aqueles que confundem "nação laica". Pensam que o país precisa ser descrente, têm preconceitos a fé cristã, querem liberdade para tudo (menos para opiniões contrárias) e trocam moralidade pela indecência. E assim a guerra está feita por ambos os lados - conservadores e liberais, "morais e imorais", da direita e da esquerda, crentes e ateus. Quem perde? Quem vence? O tempo não precisa mais dizer. Com certeza é preciso sabedoria, bom senso, tanto na ordem democrática quanto na vida religiosa. E se a minha religião é Cristo, devo obedecê-lo para não fazer igual a Pedro que decepou a orelha do soldado. "Guarde a sua espada, eu não preciso deste tipo de ajuda", disse o Senhor. Por isto, se atacam o reino dos céus com a mão do poder público e se defendem os céus com instrumentos políticos, as Cruzadas já ensinaram que a Cruz não é espada.  

Marcos Schmidt, pastor luterano (marsch@terra.com.br)

Igreja Evangélica Luterana do Brasil, Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS.

21/02/2013

Renuncias

Renunciar pode ser um gesto de covardia, onde fugimos do sacrifício e somos vencidos pelo medo.

Por outro lado, renunciar pode ser um gesto de grandeza e coragem, quando abrimos mão de algo em favor de uma causa maior.

O que motivou a renúncia do papa Bento XVI? Dificilmente saberemos. Prefiro imaginar que tenha sido um gesto de grandeza, e igualmente prefiro convidar a refletirmos sobre as nossas pequenas ou grande renuncias do dia-a-dia, e no que elas representam.

Um menino estava olhando o desenho predileto na televisão, quando amigos o convidaram para jogar futebol. Ele ficou em dúvida. Não sabia o que fazer. Gostava muito de jogar, mas não queria perder o desenho. Naquele dia ele aprendeu que toda decisão, por menor que seja, implica em uma renúncia.

No período da Quaresma os cristãos lembram e refletem sobre os passos de Jesus rumo a Jerusalém e mais especificamente, rumo a cruz. Jesus sabia que iria ser preso e morrer, e mesmo assim seguiu o seu caminho, renunciando a glória humana e divina para cumprir o plano de salvação. Pedro o persuadiu a desistir, tentando convencê-lo a abandonar esse caminho de sacrifício (Mt 16.21-25) – mas foi exatamente para isso que Jesus veio ao mundo, e por amor a humanidade, não renunciou a sua missão.

Certamente cada um de nós já fez muitas renuncias. Escolhas profissionais. Decisões do dia-a-dia. Os que confiam em Deus são convidados a renunciarem várias atitudes contrárias a vontade do Criador: a jovem cristã renunciou a companhia das amigas para respeitar seus pais, um rapaz teve a chance de entrar num esquema lucrativo, mas corrupto, e renunciou o dinheiro fácil.

Certa vez um líder religioso perguntou quem gostaria de ir para o Céu. Todas as pessoas reunidas ergueram a mão. Ele então perguntou quem gostaria de ir para o Céu naquele exato momento. Ninguém ergueu o braço!

Há uma contradição na vivência cristã que aponta para a gloriosa vida eterna, mas por outro lado ninguém quer deixar sua vida aqui. Primeiro quer concluir estudos, primeiro quer exercer a profissão, ter filhos, netos, etc.

Chegará o dia em que seremos convidados a renunciar esta vida. Estaremos prontos para essa renuncia? Que nessa hora possamos abandonar a covardia e nos revestir da grandeza de quem sabe que Jesus morreu, mas ressuscitou, conquistando a vida eterna para todo o que nele crê.

Jesus convida: “aquele que quer ser meu seguidor, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me (Mt 16.24)”. Viver essa renúncia nunca será uma covardia, mas sim um ato de coragem e fé.

Pastor Ismar Pinz

ismarpinz@yahoo.com.br

Comunidade Luterana Cristo Redentor, Pelotas, RS

06/02/2013

A força para CONTINUAR

Há muitas coisas que não compreendemos. São muitos os momentos em que perguntamos sobre o porquê de determinados acontecimentos, sobre a razão de certos sofrimentos.

A Bíblia diz: “O que agora vemos é como uma imagem imperfeita num espelho embaçado, mas depois veremos face a face. Agora o meu conhecimento é imperfeito, mas depois conhecerei perfeitamente, assim como sou conhecido por Deus.” (1 Co 13.12).

Tentar entender os caminhos da vida é como estar dentro de um carro com os vidros embaçados. Falta clareza, falta nitidez.

No entanto é justamente essa falta de clareza que se torna um desafio e uma provação de nossa fé. “Pois a fé é a certeza de fatos que não se veem”(Hb 11.1). O desafio é prosseguir. O desafio é continuar!

Abraão foi convidado a deixar a cidade de seus parentes e seguir para uma terra que ele não conhecia, para um lugar que nunca tinha visto. Ele creu, caminhou, prosseguiu, mesmo em meio aos medos e dificuldades da viagem. (Gn 12).

José foi violentamente arrancado da presença de seus pais, foi levado para um país desconhecido, de língua desconhecida, vendido como escravo. Certamente não entendia o que acontecia com ele, sentia-se com a visão embaçada. Porém decidiu prosseguir, continuar sendo conduzido pela Palavra, decidiu seguir a vontade de Deus. Futuramente José foi feito governador do Egito, e ao olhar para trás, alegra-se por ter prosseguido, por não ter sucumbido em uma das noites de aflição na prisão do faraó. (Gn 37-50)

Jesus, na divina sabedoria, compreendia a necessidade do caminho da cruz, mas lá no Getsêmani, há minutos de ser traído e preso, sente aflição, e em sua humanidade sente a vida embaçada, por isso pede que o Pai afaste dele este cálice de sofrimento, mas que não fosse feito a sua vontade humana, porém que se cumprisse o plano de salvação – e foi pelo desejo de salvar que Ele prosseguiu e continuou até a cruz. (Lc 22.39-46).

Hoje somos convidados a continuar, convidados a prosseguir, convidados a entregar nossas vidas nas mãos do Senhor. (Sl 37.5).

Deus conhece a nossa aflição, sabe de nossas fraquezas. Por isso, independente da situação, Ele se aproxima e diz: “Eu sou o SENHOR, o Deus de vocês; eu os seguro pela mão e lhes digo: Não fiquem com medo, pois eu os ajudo.” (Is 41.13).

Por isso, continuemos firmes, certos de que com o Senhor e no Senhor, nada será em vão! (1 Co 15.58).

Pastor Ismar L. Pinz

Comunidade Luterana Cristo Redentor

Pelotas, RS.

25/01/2013

Estudando a Bíblia

Texto: Vocês estudam as Escrituras Sagradas porque pensam que vão encontrar nelas a vida eterna.  E são elas mesmas que dão testemunho a meu favor (João 5.39).

Um homem irreligioso ganhou uma bíblia de presente. Em casa depois do jantar trocou o costume de viajar na internet pela leitura da bíblia. Depois de um tempo ele exclamou angustiado para a esposa que estava concentrada na novela: - Mulher, se este livro for verdadeiro nos estamos perdidos! Talvez tenha se deparado com o Salmo 1.5: “No Dia do Juízo eles serão condenados e ficarão separados dos que obedecem a Deus”.

O homem continuou lendo a bíblia com mais interesse e, após muita leitura, disse para a esposa: “Mulher, se este livro for verdadeiro, pode ser que a gente se salve”. Quem sabe tenha lido João 3.16: “Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna”.

O homem fez da leitura da bíblia uma rotina diária. Certo dia ele gritou para a esposa: “Mulher, este livro é a verdade; nós estamos salvos”! Possivelmente tenha se tornado um homem de fé com as palavras do Senhor Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (João 11.25).

A Bíblia é autoridade em questões de fé e vida cristãs. Na discussão com os líderes religiosos que estudavam as Escrituras, mas não o reconheciam como o Messias, nem aceitavam seu testemunho pessoal, Jesus apelou para o seu depoimento ao dizer: “Vocês estudam as Escrituras Sagradas porque pensam que vão encontrar nelas a vida eterna. E são elas mesmas que dão testemunho a meu favor” (João 5.39).

Jesus aprofunda a discussão com aqueles religiosos: “Mas vocês não querem vir a mim a fim de ter vida” (João 5.40). Ele disse isso porque, com o Pai, é a fonte da vida. Ele é a Palavra que já existia antes de ser criado o mundo e, “no tempo certo, veio como filho de mãe humana e viveu debaixo da lei, a fim de que nós pudéssemos nos tornar filhos de Deus” (Gl 4.4).

Num tempo de tantas opções de leitura, nos fará muito bem estudarmos as Escrituras que dão testemunho do Salvador Jesus. Podemos encontrar nelas a vida eterna e afirmar com convicção: “Este livro é a verdade; nós estamos salvos”!

Edgar Lemke – Pastor da Comunidade Evangélica Luterana “Da Cruz”, Porto Alegre.

23/01/2013

Terapia de habituação

Já fui a vários médicos e eles me disseram que o zumbido nos meus ouvidos não tem solução. Pior é que ninguém escuta este barulho na minha cabeça, não posso denunciar à polícia nem exigir que se cumpra a lei do silêncio. Dizem que uma forma de tratar o zumbido é como a gente suporta o barulho da geladeira na cozinha: esquecendo. É a terapia de habituação do zumbido, tratamento que ensina o paciente a conviver com o som a ponto de não mais notá-lo.

Parece que nesta vida de "barulhos" sem solução tudo funciona assim, pela terapia de habituação. Apesar de que o conformismo em certas situações é outra incômoda balbúrdia. Mas tem coisas que não tem remédio mesmo, e se a vítima concentrar-se no infortúnio, cai em desgraça e pode até ficar louca. Tudo indica que Paulo usou esta técnica, conforme a carta aos Filipenses. Diz que aprendeu o segredo de se sentir contente em todo o lugar e em qualquer situação: a força que Cristo lhe dá (4.13).  Ele afirma que a fé cristã, além de garantir no futuro glorioso a cura completa dos zumbidos e companhia (3.21), ela ajuda a conviver com os problemas nesta vida. Por isto a orientação dele: "Encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios, isto é, tudo o que é verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente" (4.8). O que é um enorme desafio neste universo de tumultos e burburinhos, onde nosso consciente e subconsciente recebem uma infinidade de coisas más, mentiras e indecências. Não é isto mesmo? Porque junto com os barulhos reais e ensurdecedores das máquinas e aparelhos eletrônicos, decibéis nocivos de informações tumultuam os ouvidos de nossa mente, tanto que já nem sabemos o que é bom e o que é ruim. Por isto, no oásis do silêncio pela meditação das Sagradas Escrituras, o apóstolo diz que "a paz de Deus que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente" (4.7).  E assim esquecemos das coisas que incomodam, e a vida segue melhor.

Marcos Schmidt

Pastor luterano

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