08/05/2013

Quanto vale a minha mãe

         

           Se fossemos recompensar nossas mães por tudo o que elas fizeram, e por todo sacrifício que enfrentaram, quanto valeriam? Quanto valeria carregar alguém por 9 meses, 24 horas por dia? Quanto valeria dar o melhor de si na amamentação? E de acordar todas as noites no meio do sono para consolar e cuidar do filho que chora, sem ganhar horas extras? E as preocupações, rugas e estrias – em nome de nosso bem estar e vida? Sem contar a dívida que duplica com aquelas que foram abandonadas e carregam o estigma de “mães solteiras”, tendo que assumir o papel de pai e suprir com tantas outras necessidades?

            Diante disso, há muito que se possa fazer, mas nunca que pague ou recompense a tarefa materna. Afinal um dia fomos fracos, desprotegidos e dependemos totalmente delas; é verdade que ao longo da vida vamos nos tornando independentes, mas o amor de mãe sempre é o mesmo preenchendo vazios e carências. E quando a biológica se ausenta voluntariamente ou não, há sempre alguém que nos completa e assume este papel indispensável à vida, de zelo, consolo, ensino e disciplina.

            Quanto vale a referência materna passada e ensinada por gestos, com ações práticas? Acredito que tanto o preço como a dívida convergem para o amor. Uma mãe faz o que faz, não é por outro motivo senão amor; não amor próprio, mas justamente o oposto! Se há um preço que podemos recompensá-las, não há outro, senão o amor!

            Martinho Lutero afirmou que pais são máscaras de Deus, representantes primeiros dEle entre a criação, neste sentido as palavras bíblicas “Amem uns aos outros assim como eu vos amei!” (João 13.34) proferidas por Jesus, podem ser comparadas aos de pais e mães. Não um amor platônico, mas confirmado com atos e gestos – com privações e total entrega para o bem alheio.

            É triste ver que o referencial materno e paterno está cada vez mais comprometido e deturpado entre nós, e que os valores impostos ou vividos pelos pais e pelos filhos desagradam e desonram a Deus, e isso reverte em muitos sofrimentos! Afinal o amor está cada vez mais próprio, o egocentrismo desqualifica o quanto vale uma mãe.

          “Assim como eu vos amei” eis o caminho para melhor recompensar e honrar nossas mães não nesta semana ou mês, mas como filhos amáveis durante todos os dias de nossas vidas. O amor não tem preço! Mesmo o ouro ou prata diante dele perdem o valor e não são suficientes, à alguém que deu o sangue, para vivermos (1ª Pedro 1.18,19)!

Márlon Hüther Antunes é Teólogo e Pastor da Igreja Luterana em Maceió – AL

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