27/03/2013

O que a Páscoa tem a ver comigo?

      

Deus, o Criador de tudo o que existe no universo, jamais abandou a coroa da sua criação – o ser humano. O desfecho da obra reconciliadora com Pai Celestial é comemorado na festa chamada de Páscoa. Ao ressuscitar no terceiro dia Jesus realizou por completo o plano da salvação eterna, o maior desejo de Deus. Está escrito: ”Ele (Deus) quer que todos sejam salvos e venham a conhecer a verdade.” (1 Timóteo 2.4).

       As Escrituras Sagradas afirmam: “Lá do céu o Senhor Deus olha para a humanidade a fim e ver se existe alguém que tenha juízo, se existe uma só pessoa que o adore. Mas todos se desviaram do caminho certo e são igualmente corruptos. Não há mais ninguém que faça o bem, não há nem mesmo uma só pessoa.” (Salmo 14.2-3). Aos olhos de Deus todos são pecadores e merecedores da condenação eterna. Por isso, Jesus ao morrer na cruz, pagou o preço devido pelos pecados de toda a humanidade.

       Particularmente posso perguntar: O que a Páscoa tem a ver comigo? A resposta é: Tudo. Foi pensando em mim que Deus assumiu a natureza humana em Cristo. Foi por causa da minha desobediência que Jesus se entregou para ser crucificado sob a falsa acusação de que tinha blasfemado contra o Criador. Jesus assumiu o meu lugar. Ele entregou a sua vida por mim.

       A verdadeira vida assim como a vida eterna só é possível mediante a fé no Salvador Jesus. A pessoa que não o aceita como tal continua afastada de Deus. O sacrifício de Cristo foi em nosso favor. Não em favor dele mesmo. Ao ressuscitar no terceiro dia ele venceu a morte, o último inimigo a ser vencido. Isto quer dizer que a Páscoa é a celebração da vitória sobre o pecado, o Diabo e a morte. Também significa que assim como Cristo ressuscitou dos mortos para a vida eterna, todo aquele que o aceitar como Salvador dos seus pecados irá ressuscitar para a vida eterna.

       A Páscoa tem tudo a ver com aqueles que querem viver e acreditam na vida perfeita e eterna no paraíso de Deus. Mesmo para quem não entende ou aceita o amor de Deus, cada minuto de sua existência é importante para mudar de idéia e acreditar na vida. A Páscoa só não tem sentido para quem não deseja viver. Quem crê em Cristo está no perdão. Quem está perdoado vive em paz, alegria e esperança. Ou seja, a Páscoa tem tudo a ver comigo. Feliz e abençoada Páscoa para todos.

Pastor Fernando E. Graffunder (fergraff@terra.com.br)

Três Vendas – Pelotas, RS.

26/03/2013

O Papa não é a Pedra Fundamental

Várias denominações cristãs tem caído no erro de personalizar a Igreja, fundamentando-a na figura de um personagem, um erro que oculta o nome de Jesus, semeia vaidades, guerras por poder e muitas outras coisas condenadas por Jesus.

Não há problema em reconhecer o Papa como líder da Igreja Católica Romana. Liderança é necessária! Nesse sentido desejo que Deus abençoe o homem que for escolhido para essa função, e que ele possa servir e anunciar o nome de Jesus como Salvador.

No entanto, dizer que o papa é sucessor de Pedro e que foi sobre esse discípulo que Jesus edificou sua Igreja é um grande erro gramatical e consequentemente doutrinário.

No texto de Mt 16.13-20 lemos que Jesus refere-se a uma “Pedra” sobre a qual edificaria a sua Igreja. Que Pedra é essa? Uma leitura rápida do texto dá a impressão de ser Pedro, como dizem os católicos, porém, a Pedra que o texto menciona é a resposta que Pedro deu ao afirmar que Jesus era o Cristo Salvador. Pedro disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo (v.16)”. Na língua grega, o pronome demonstrativo do v.18, se refere claramente a frase de Pedro do v.16, e não a sua pessoa.

Em outro momento Jesus afirma que aqueles que negam e não confiam nele como “o Cristo”, estão rejeitando a Pedra Angular (Mt 21.42).

Jesus e todos os apóstolos ensinam que o firme fundamento da Igreja é a Palavra de Deus e não seres humanos. O próprio Pedro cita Isaias ao dizer queo ser humano é como uma erva do campo, e a sua glória como a flor dessa erva, mas que a erva seca e a flor cai. Apenas a Palavra de Deus dura para sempre (1 Pe 1.24-25).

Pedro jamais se considerou a Pedra Fundamental da Igreja! Ele sabia o seu lugar. Era apenas um líder, servo de Cristo.

Sendo assim, a Igreja não deve estar personalizada em um pastor, bispo, cardeal ou papa. Esse erro, como disse no princípio, é recorrente em várias denominações, como se fosse a igreja do pastor “x” ou do bispo “y”, e não de Jesus. Esse erro já era manifesto na época dos apóstolos. Foi aos coríntios que Paulo teve de criticar aqueles que ficavam dizendo: “Eu sou de Paulo! Eu sou de Apolo! Eu de Pedro!” Por acaso Pedro ou Paulo foram crucificados por vocês? Por acaso algum apóstolo ressuscitou por nós? Paulo insiste em que no máximo um plantou e outro colheu, mas a semente é a Palavra, que anuncia Jesus como o Cristo Salvador. (1 Co 1.12-13). Que o novo Papa e que cada um de nós sejamos meros semeadores, desta Poderosa Semente.

Que sejamos pedras vivas, sobre a Pedra Angular, a Rocha Eterna, que é Jesus, revelado em sua eterna Palavra; pois Jesus de uma maneira bem prática ensinou que os que ouvem os seus ensinamentos (Palavra) e os praticam, são como um homem sábio que construiu sua casa sobre a Rocha! (Mt 7.24-27).

Pastor Ismar Pinz - Ismarpinz@yahoo.com.br

Comunidade Luterana Cristo Redentor - Três Vendas, Pelotas, RS

13/03/2013

A Cruz não é espada

O que dizer sobre a polêmica eleição do deputado e pastor Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara? Ele é acusado de racismo e homofobia ao declarar na Internet que os negros são "descendentes amaldiçoados de Noé" e que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição". Se estas e outras denúncias são verídicas, de fato é um escândalo para a política e o cristianismo. Mas o imbróglio é complexo, tanto na esfera política como religiosa. Confusão - este é o nome para tudo isto que presenciamos na sociedade brasileira e no mundo quando ninguém mais se entende. E a maioria também não entende o quê está por traz de tudo. Quando a poeira se levanta, o que se enxerga? Nada! O que se vê mesmo é uma disputa de poder e ideologias em nome disto e daquilo, que gera radicalismos, ódio, brigas. Uma Torre de Babel!

A própria mistura de política e religião é conflituosa, igrejas e pastores remetidos à Idade Média quando imperador e papa dividiam reinos e propriedades e julgavam doutrinas e leis civis na mesma mesa. Por outro, têm aqueles que confundem "nação laica". Pensam que o país precisa ser descrente, têm preconceitos a fé cristã, querem liberdade para tudo (menos para opiniões contrárias) e trocam moralidade pela indecência. E assim a guerra está feita por ambos os lados - conservadores e liberais, "morais e imorais", da direita e da esquerda, crentes e ateus. Quem perde? Quem vence? O tempo não precisa mais dizer. Com certeza é preciso sabedoria, bom senso, tanto na ordem democrática quanto na vida religiosa. E se a minha religião é Cristo, devo obedecê-lo para não fazer igual a Pedro que decepou a orelha do soldado. "Guarde a sua espada, eu não preciso deste tipo de ajuda", disse o Senhor. Por isto, se atacam o reino dos céus com a mão do poder público e se defendem os céus com instrumentos políticos, as Cruzadas já ensinaram que a Cruz não é espada.  

Marcos Schmidt, pastor luterano (marsch@terra.com.br)

Igreja Evangélica Luterana do Brasil, Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS.