31/10/2012

Reforma Luterana

Dia 31 de outubro festejamos os 495 anos da Reforma, desde que Martinho Lutero, num ato de coragem, convicção e defesa da verdade das Sagradas Escrituras, fixou 95 teses na porta da igreja de Wittenberg, na Alemanha. Começava ali uma luta na defesa de três pilares básicos de nossa confissão e fé: Somente a Graça; Somente a Fé e Somente a Escritura.

Lutero defendia, à luz da Palavra de Deus, de que a salvação eterna é graça, é presente de Deus, que vem a nós, somente pela fé em Cristo Jesus e essa verdade, nos é colocada e determinada, somente pela Escritura, que é a clara e pura Palavra de Deus. Por essa verdade ele lutou. Nessa certeza ele viveu e se dispôs até a morrer, confessando: “Se vierem roubar os bens, vida e o lar, que tudo se vá, proveito não lhes dá. O céu é nossa herança.” (Hinário Luterano, nº 165).

Quando lembramos essa data, louvamos e agradecemos a Deus pela coragem, firmeza, determinação e fidelidade deste servo de Deus, chamado Martinho Lutero. Por outro lado, numa sociedade em transformação, num mundo de constantes mudanças, onde valores éticos, morais, princípios cristãos, são ignorados, pisoteados e deixados de lado, é preciso olhar para o exemplo de homens como Lutero, para,também, firmados na Bíblia, a Palavra de Deus, hastearmos pendões (Sl 20.5), confessarmos essa fé e não nos deixarmos envolver por ameaças, críticas e vãs filosofias desse mundo (Cl 2.8 e 1 Tm 6.20).

Deus nos proteja, defenda e dê sabedoria para permanecermos firmes na fé e nas Confissões da nossa Igreja. Nas Confissões, conforme encontramos no Livro de Concórdia de 1580, não por serem essas igual ou maior do que a Bíblia Sagrada, mas por termos absoluta convicção que elas estão fundamentadas, baseadas e firmadas na Palavra de Deus. Que assim possamos permanecer firmes e defender com convicção, não o que Lutero disse, mas o que a Bíblia diz, e pela qual Lutero batalhou e lutou até o fim.

Continuamos defendendo que somos salvos Somente pela Graça de Deus. Esse presente vem a nós, Somente Pela Fé, e temos essa certeza, porque a Bíblia e Somente Ela nos afirma e mostra isso.

Pastor Egon Kopereck
Presidente da IELB

09/10/2012

Cidadão ou idiota?

Depois de escolher aqueles que vão cuidar de nossa cidade, agora é hora de cuidar destas pessoas. Ou seremos uns idiotas. Calma, o termo na sua origem tem outro sentido deste que conhecemos. No livro “Política para não ser idiota”, Mário Sérgio Cortella explica que “idiota” vem do gregoidiótes, expressão na Grécia antiga para “aquele que só vive a vida privada, que recusa a política”. Um problema que vem de longe. Pesquisas atuais indicam que durante a campanha eleitoral, 5% da população são inimigos do poder em qualquer situação, tudo para eles é ruim; 15% são amigos do poder, tudo é excelente na administração pública; e 80% da população são indiferentes, ficam alheios à política.

Só existe política como capacidade de convivência exatamente em razão do condomínio”, explica o sociólogo Cortella. Nesta comparação, lembra que no campo do direito condominal, a propriedade de cada condômino é chamada “unidade autônoma”. Um termo que indica limites junto a outras pessoas também autônomas, e que exige convivência e participação em determinadas situações. “Em qualquer instância, é uma decisão política. Vale tanto para um condomínio quanto para a inserção nos rumos da cidade, do estado, da nação e do planeta”, conclui Cortella. 

A  reflexão vale também para a vida cristã, bem observada por Paulo na carta aos Filipenses. O apóstolo diz que os cristãos são cidadãos dos céus (3.20), mas insiste para não serem omissos, e sim, que vivam uma vida de acordo com o evangelho de Cristo (1.27). Nos dois casos ele usa o termo grego politeuste, o contrário de idiótes. Percebe-se, portanto, que o cristão exerce responsabilidades em duas instâncias – e que Lutero definiu de reino de Deus da direita (igreja) e reino da esquerda (estado). Um exercício de cidadania, inclusive, recomendada por Jesus ao dizer “dêem a Imperador o que é do Imperador e a Deus o que é de Deus”. Assim, cabe decidir pela cidadania ou pela idiotice.

Marcos Schmidt, pastor luterano

marsch@terra.com.br

Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

03/10/2012

A faca e o queijo

Domingo estaremos com a faca e o queijo na mão, mas como evitar que depois roubem o nosso queijo? Este é um detalhe que ainda precisamos aprender. O julgamento do Mensalão tem mostrado que nem tudo está perdido, e quem sabe, depois de escolhermos o nosso prefeito e vereadores, tenhamos mais audácia para pressioná-los ou denunciá-los. Até porque eles são colocados lá para o bem comum da sociedade e não para serem servidos por ela. “Eu vim para servir”, disse Jesus aos seus discípulos, indicando o caminho para fazerem o mesmo. A política é um discipulado. As pessoas públicas são colocadas nos seus lugares por Deus, e para isto pagamos impostos, escreve Paulo (Romanos 13.6). Assim o voto é divino, e, portanto um compromisso cristão.

Mas um compromisso também para cobrar. É assim na vida cristã, somos responsáveis uns pelos outros. “Se o seu irmão pecar vá e mostre o erro dele” (Mateus 18.15), lembra o Salvador. Na administração pública deve acontecer o mesmo. Até porque se um prefeito ou vereador está pecando por negligência, irresponsabilidade, corrupção, falcatruas, sendo infiel à sua vocação, quem é responsável por denunciar estas iniquidades? Somos nós, aqueles que os elegeram. Portanto, chega de falar dos políticos corruptos, falemos aos políticos corruptos. Para isto a sociedade civil deveria conhecer melhor os mecanismos para que o povo não fique refém entre uma e outra eleição.

Outra coisa, e se o vereador fosse voluntário, isto é, sem salário como era antigamente? Eu penso que se tivéssemos vereadores voluntários, os eleitos seriam pessoas movidas por legítimo civismo, além de eliminarmos muitos interesseiros. Mas domingo é preciso escolher, e eu já sei em quem não vou votar: naqueles que fazem barulho. Afinal, como pedir ajuda a um vereador com a lei do silêncio se ele mesmo não a respeitou na sua campanha?  Um simples detalhe entre outros para que depois não roubem o nosso queijo.  

Marcos Schmidt, pastor luterano

marsch@terra.com.br

Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

28/09/2012

Melhorias na congregação

O culto do dia 22 de setembro foi muito especial, pois depois de quase um mês realizando cultos no salão, voltamos “pra dentro de casa”.

Agora de cara nova. Um novo piso, muito bonito, mais claro, que deu um ar todo especial. E também com o sistema de som instalado, tornando assim o culto mais agradável também aos nossos ouvidos.

Estamos muito gratos a Deus por nos ter abençoado dessa forma. E muito agradecidos também, de forma especial, ao Departamento de Servas, pela compra do piso e do material necessário para sua colocação. A todas as pessoas que ajudaram nessa obra que deu muito trabalho. A Jutripel e a cada jovem que trabalhou bastante para a aquisição e instalação do sistema de som.

Deus seja louvado por tudo isso.

 

As filas

Por vivermos num mundo de mercado, com oferta e procura, custo e benefício, convivemos com múltiplas filas.  Vemos-nos em filas nos bancos, teatros, trânsito, cartórios, padarias, açougues, supermercados.  Até para encontrar alguém que queira comprar o que precisamos vender, ou comprar um carro com isenção de IPI.

Aqui no hospital, enfrentei fila para atendimento, consulta, exames, avaliações, definição das condutas, procedimentos e obtenção de leito.  E, quando na fila para a cirurgia... esta ficou de segunda para quinta-feira... Fila de banheiro, fila de reconsulta e não sei quantas vem pela frente...  (sem contar a sala de triagem com espaço para 25 pacientes aguardando leito e abarrotada com 143 urgências espalhadas em cadeiras, macas e camas).

São poucos os que não enfrentam e sofrem com filas...

Nas catástrofes, filas de indigentes e desabrigados, filas para lonas e colchões, para empréstimos, perícias, reavaliações.  Até para “prova de vida”.

Jovens e menos jovens aprovados em concurso, enfrentando filas para serem confirmados nas posições que já lhes pertencem de direito. Filas para se habilitar.  Filas para ter seus direitos reconhecidos.

Agora, deitado no leito e aguardando a cirurgia, tomo conhecimento de um enorme e imerecido número de amigos que manifestam estar intercedendo por minha recuperação...  Como se fosse uma fila enorme de pedidos e pedintes...

Então,

- recordando as misericórdias do Pai que (ainda que uma mãe se esquecesse de seu filho, eu não me esquecerei de ti)  tem nossos nomes gravados nas palmas de suas mãos,

- relendo as promessas que se cumprem a seu tempo, a seu modo e conforme sua bondade,

- revendo o quanto temos pecado contra seus mandamentos e sido perdoados pelo sangue salvador de seu filho, entregue por nós,

- e pedindo que ele santifique nossas vidas e faça de nós exemplo de resignação, fé e coragem quando no vale da sombra da morte,

... eis que percebo algumas coisas:

1) não temos por que enfrentar fila para pedir ao Pai nem por alguma graça especial.  Não dormita nem dorme o guarda de Israel. As petições dos filhos de Deus podem ser dirigidas ao trono da graça de Deus a qualquer hora.

2) as misericórdias dele é que fazem fila para serem percebidas por nós.  Renovam-se cada manhã e nos cercando por trás e por diante.  Onde abundou o pecado, superabundou a graça daquele que não nos deixa sós.  É dele a promessa: tem bom ânimo, eu te remi, chamei-te pelo teu nome, tu és meu.

3) O tempo em que ficamos prostrados no leito e na doença nos permite fazermos uma fila com intercessões em favor de nossos familiares, amigos, irmãos na fé, companheiros doentes e fragilizados, em favor das pessoas de nossa rua, bairro, cidade, governo. Todos são amados por Deus e nos cabe sustentá-los com nossas preces.

Em última análise, as misericórdias de Deus fazem fila para nos atingir, animar e fortalecer.

Obrigado, Senhor Jesus.

Martinho Krebs, pastor luterano.

18/09/2012

Culto Crioulo (Gaúcho)

Dentro das comemorações da Semana Farroupilha, a Congregação Trindade realizou, neste domingo (16) seu Culto Crioulo.

Neste culto louvamos ao nosso Deus e nos alimentamos na sua Palavra usando vestes e linguagem tradicionalistas além de hinos com melodias gauchescas.

Foi um culto muito bonito, com a participação do grupo vocal e também com uma apresentação de danças típicas ao final do culto feita pelo CTG Sentinela da Saudade.

Desde já agradecemos a todos que, direta ou indiretamente, ajudaram na realização deste culto e convidamos para que no ano que vem voltem a prestigiar este culto especial.

05/09/2012

Sobre a motivação correta!

 

Muitas vezes as pessoas fazem coisas por motivos errados!

Tão triste como ser motivado por algo ruim é não ser motivado por nada! Há momentos em que nos sentimos assim. Sem vontade! Sem brilho! Sem entusiasmo!

Ao ver o jornal da manhã fiquei sabendo que o jogador Adriano, recém-contratado pelo Flamengo, faltou o treino. O que aconteceu? Diz ele que não havia motivos para faltar, ou seja, faltou motivação. Se isso se repetir, o clube poderá rescindir o contrato.

Logo depois, o jornal anunciou um grandioso incêndio que acabou com dezenas de casas em uma favela paulista. Imagens de pessoas sentadas com o olhar vazio – desmotivadas por terem perdido tudo em alguns minutos. De onde tirar forças para reconstruir? Não deve ser fácil.

É consolador saber que a força existe, basta encontrá-la. Que motivos existem, basta percebê-los.

Nessa vida, vez por outra um incêndio nos arrasa. Material ou emocionalmente, existem chamas que nos machucam. Encontrar razões de viver e agir é fundamental. Porém, muitos são motivados pelo desejo de vingança, por medo, culpa, avareza e tantos outros sentimentos. Por isso cabe sempre uma reflexão sobre qual é o combustível de nossas vidas e pensar se de fato esse combustível não está danificando o motor de nossa existência.

No relacionamento com Deus, é importante avaliar a motivação; pois Deus sabe todas as coisas, portanto não repara apenas na aparência, ou na obra externa. Ele vê o coração. Ele sabe o que motivou esta ou aquela ação. Afinal, alguns são extremamente religiosos, mas fazem isso apenas para exigir seus direitos egoístas. Alguns ofertam pensando no retorno, esforçam-se em obras apenas por popularidade diante de sua comunidade. Buscam fama, riqueza e glória. Mas um dia perceberão que todos os seus esforços assemelharam-se com o cão que corre atrás do próprio rabo, como aquele que corre atrás do vento.

A verdadeira motivação é o amor! Especialmente o amor de Deus. Pois é absolutamente impressionante que Deus nos ama apesar dos nossos corações desmotivados ou com motivos feios. Ele é gracioso! Esse amor é revelado em Jesus! Na verdade nós amamos porque Deus amou primeiro!

Quando ajudamos alguém com sinceridade, isto é, sem interesse, mas motivado pela graça de Deus, então sentimos algo inexplicável, uma alegria singela, um sorriso solto, uma alma leve. Então nos enchemos de vontade, de brilho, de entusiasmo. Voltamos a estar fortes e prontos para trabalhar, treinar, reconstruir – tudo com o motivo certo, e com a certeza de que em Jesus, recebemos uma vida que nenhum incêndio poderá destruir; um acordo - uma aliança - um contrato que não será cancelado.

Ismar Lambrecht Pinz

Ismarpinz@yahoo.com.br

Comunidade Cristo Redentor – Três Vendas, Pelotas, RS.