18/12/2012

Cristo Jesus e a Vitamina do Sol

Cartaz IELB 2013 (2)

A vitamina D é chamada de vitamina do sol. Ela ajuda o organismo a absorver o cálcio e assim fortalece os ossos. A falta desse mineral pode causar diversas doenças. O corpo até tem a capacidade de produzir a vitamina D, mas, para isso, é necessário tomar sol, pois os raios solares ativam a substância no organismo. É preciso, porém a medida certa de sol, pois o excesso é prejudicial.

Apesar de o Brasil ser um país tropical e de muita incidência de sol, grande parte dos brasileiros não consome a quantidade necessária de vitamina D. Isso sem contar que o sol é uma a vitamina gratuita e está disponível diariamente.  Quem não recebe esta vitamina não é por culpa do sol. O sol está no lugar dele. Basta usá-lo.

O Senhor Jesus é chamado de “Sol Nascente” e “Sol da Justiça” (Malaquias 4.20). Através da profecia de Zacarias, pai de João Batista, Deus disse: “O Senhor fará brilhar sobre nós a sua luz” (Lucas 1.78).  Ele também está disponível gratuitamente. A falta da luz de Cristo gera grandes doenças na alma, pois nos enfraquece espiritualmente. Mas quem não o recebe não é por culpa de Cristo. Ele também está no lugar dele, de onde brilha sobre nós através da Palavra e nos capacita para o serviço do seu reino.

Façamos uso equilibrado do sol que é de graça, mas muito mais de Cristo Jesus. Ele se doou inteiramente por nós. Seus raios e sua luz nunca serão excesso para nós.

Pastor David Karnopp

06/12/2012

Do Olímpico para a Arena

É difícil, a não ser que se faça uma pesquisa, saber o que aconteceu nesses 58 anos de Olímpico. É difícil também imaginar como será daqui a 58 anos. Não conhecemos nosso amanhã, e a maravilha da vida é justamente as surpresas do outro dia.

Se o mundo não acabar conforme a previsão maia, no dia 21 de dezembro de 2012, o dia 02 de dezembro se tornou histórico, o ultimo jogo no Olímpico.

Dia 02 de dezembro de 2012 não foi apenas um dia para a historicidade futebolística, para a igreja cristã foi o inicio do Advento. Para muitos passou despercebido, afinal, era Grenal, dia histórico, de festa. Era a despedida do grande e magnífico Olímpico.

O jogo em si me fez lembrar fatos que relacionam com o nosso advento atual. Para os cristãos advento é um período de preparação. E essa preparação não envolve apenas a comemoração do nascimento de Jesus, mas sim, a preparação para a segunda volta de Jesus, um assunto intensamente discutido e até colocado em dúvida.

Ao escrever sobre a segunda volta de Jesus, me imagino dentro do antigo estádio olímpico. É dia de decisão. Mas a exemplo do jogo, também estamos em meio a uma multidão eufórica. No campo, assim como os jogadores, estamos perdidos em meio ao tumulto, alguns são expulsos e outros substituídos. Os líderes mandados para fora, e outros assumem o comando. O jogo está quente.

A emoção do jogo não está simplesmente em deixar a casa que foi um palco de glórias durante 58 anos de existência, ou na despedida. Está em querer sair com a cabeça erguida e adentrar no novo campo de jogo.

Como cristãos estamos vivendo nosso advento. Estamos em jogo. E nesse jogo o presidente geral diz: “Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento,...” (Lucas 17.26 – 27). Mas, mesmo que o jogo seja permitido e necessário, chegaremos ao final da partida.

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

cristo_para_todos@hotmail.com

28/11/2012

Virgindade: presenteada ou leiloada?

Levando meus filhos pequenos para o colégio, no início da tarde, sou obrigado a trocar a emissora de rádio algumas vezes. Tem muitas frases de efeito sexual que podem se levar na brincadeira, mas dificilmente os apresentadores conseguem estabelecer um limite, de forma que acaba sempre havendo comentários que ultrapassam o humor.

Troco o canal, mas logo começa uma música de esfrega aqui, tira a roupa lá, requebra molhadinha ali – muito constrangedor!

Não sou do tipo que acha errado falar de sexo, antes sei que a sexualidade é um dom do Criador. Também não quero aqui roubar a liberdade de expressão de ninguém, pois sei que cabe a mim trocar a sintonia. Mas dando este exemplo do que ouço nas rádios sem mencionar televisão e internet, quero dizer que não fico surpreso com a atitude de jovens que estão leiloando a virgindade.

Eu sei que muitos vão me chamar de careta. Porém tenho reparado que aqueles que se gabam de uma vida sexual intensa e diversificada, não conseguem manter relacionamentos felizes. As brigas motivadas por inseguranças e ciumeiras se multiplicam. Por mais prazer que relacionamentos diversificados possam dar, o sentimento de vazio e de tristeza é cada vez maior!

A Bíblia diz assim: 6.15Será que vocês não sabem que o corpo de vocês faz parte do corpo de Cristo? Será que eu vou pegar uma parte do corpo de Cristo e fazer com que ela seja parte do corpo de uma prostituta? É claro que não! (...) 18 Fujam da imoralidade sexual! Qualquer outro pecado que alguém comete não afeta o corpo, mas a pessoa que comete imoralidade sexual peca contra o seu próprio corpo. 19 Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é o templo do Espírito Santo, que vive em vocês e lhes foi dado por Deus? Vocês não pertencem a vocês mesmos, mas a Deus.” (1 Co 6.15-19).

O livro bíblico de Cantares revela poesias, que expõem toda a alegria sexual de um casal que vive o dom de Deus de maneira intensa e fiel em seu casamento.

Deus sabe das coisas! Sabe mesmo! Quando nos propõe que entreguemos nossa virgindade como um presente apenas a nossa amada, ou ao nosso amado, nos promete não uma quantia em dinheiro obtida em um leilão, mas uma felicidade, segurança e satisfação que muitos nem imaginam que exista!

Pastor Ismar Pinz

ismarpinz@yahoo.com.br

Comunidade Luterana Cristo Redentor

20/11/2012

Ação de Graças ou desgraça?

Têm coisas que fazemos automaticamente, sem pensar. São hábitos, costumes, rotinas. O jeito de comer, andar, sentar, vestir-se, trabalhar, descansar, escrever. Até o jeito de relacionar-se. Estes hábitos podem ser bons ou ruins. Por exemplo, se me acostumei a sentar numa posição incorreta, com o tempo minha coluna reclama, se me habituei com uma alimentação errada, a saúde do corpo não vai longe. E grande parte vem por educação, de pais a filhos, de professores a alunos. De tal modo que o cultivo dos maus hábitos tem nome: falta de educação. E parece que estamos vivendo tempos de gente sem educação. Em quase tudo, especialmente na palavra: “obrigado”. Lembro-me quando criança de meus pais: “Como se diz?” – referindo-se ao agradecimento por um presente ou favor recebido.

Deixar ou esquecer-se de agradecer também virou costume no assunto “bênçãos de Deus”. Em grande parte pela teoria que tudo surgiu e surge do nada. Nesta ideia evolucionista, até se compreende em não render “ação de graças”. Agradecer a quem? Ao Big Bang? À mãe natureza? Ao Sol, à Lua? Porém, se tal atitude vem de alguém que professa que “é Deus quem dá o sustento aos que ele ama, mesmo quando estão dormindo” (Salmo 127.2)? De uma pessoa convicta “que ninguém pode ter alguma coisa se ela não for dada por Deus” (João 3.27)? Algo parecido com aquela ingratidão reclamada pelo próprio Jesus, depois que curou dez leprosos e só um voltou para agradecer. “Onde estão os outros nove?” (Lucas 17.17). Esta pergunta o Salvador ainda faz, quando o que chama a atenção mesmo é a insistência no “eu quero, quero, quero, em nome de Jesus” – como se Deus fosse obrigado a dar tudo o que pedem. Algo parecido com o jeito das crianças de hoje que não sabem ouvir um não. Até porque “graças” na Bíblia significa presente “imerecido”. Por isto “todos os dias te darei graças e sempre te louvarei”, diz o salmista. Pura graça de um Deus que veio enrolado de presente.

Marcos Schmidt, pastor luterano - marsch@terra.com.br

Igreja Evangélica Luterana do Brasil - Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

31/10/2012

Reforma Luterana

Dia 31 de outubro festejamos os 495 anos da Reforma, desde que Martinho Lutero, num ato de coragem, convicção e defesa da verdade das Sagradas Escrituras, fixou 95 teses na porta da igreja de Wittenberg, na Alemanha. Começava ali uma luta na defesa de três pilares básicos de nossa confissão e fé: Somente a Graça; Somente a Fé e Somente a Escritura.

Lutero defendia, à luz da Palavra de Deus, de que a salvação eterna é graça, é presente de Deus, que vem a nós, somente pela fé em Cristo Jesus e essa verdade, nos é colocada e determinada, somente pela Escritura, que é a clara e pura Palavra de Deus. Por essa verdade ele lutou. Nessa certeza ele viveu e se dispôs até a morrer, confessando: “Se vierem roubar os bens, vida e o lar, que tudo se vá, proveito não lhes dá. O céu é nossa herança.” (Hinário Luterano, nº 165).

Quando lembramos essa data, louvamos e agradecemos a Deus pela coragem, firmeza, determinação e fidelidade deste servo de Deus, chamado Martinho Lutero. Por outro lado, numa sociedade em transformação, num mundo de constantes mudanças, onde valores éticos, morais, princípios cristãos, são ignorados, pisoteados e deixados de lado, é preciso olhar para o exemplo de homens como Lutero, para,também, firmados na Bíblia, a Palavra de Deus, hastearmos pendões (Sl 20.5), confessarmos essa fé e não nos deixarmos envolver por ameaças, críticas e vãs filosofias desse mundo (Cl 2.8 e 1 Tm 6.20).

Deus nos proteja, defenda e dê sabedoria para permanecermos firmes na fé e nas Confissões da nossa Igreja. Nas Confissões, conforme encontramos no Livro de Concórdia de 1580, não por serem essas igual ou maior do que a Bíblia Sagrada, mas por termos absoluta convicção que elas estão fundamentadas, baseadas e firmadas na Palavra de Deus. Que assim possamos permanecer firmes e defender com convicção, não o que Lutero disse, mas o que a Bíblia diz, e pela qual Lutero batalhou e lutou até o fim.

Continuamos defendendo que somos salvos Somente pela Graça de Deus. Esse presente vem a nós, Somente Pela Fé, e temos essa certeza, porque a Bíblia e Somente Ela nos afirma e mostra isso.

Pastor Egon Kopereck
Presidente da IELB

09/10/2012

Cidadão ou idiota?

Depois de escolher aqueles que vão cuidar de nossa cidade, agora é hora de cuidar destas pessoas. Ou seremos uns idiotas. Calma, o termo na sua origem tem outro sentido deste que conhecemos. No livro “Política para não ser idiota”, Mário Sérgio Cortella explica que “idiota” vem do gregoidiótes, expressão na Grécia antiga para “aquele que só vive a vida privada, que recusa a política”. Um problema que vem de longe. Pesquisas atuais indicam que durante a campanha eleitoral, 5% da população são inimigos do poder em qualquer situação, tudo para eles é ruim; 15% são amigos do poder, tudo é excelente na administração pública; e 80% da população são indiferentes, ficam alheios à política.

Só existe política como capacidade de convivência exatamente em razão do condomínio”, explica o sociólogo Cortella. Nesta comparação, lembra que no campo do direito condominal, a propriedade de cada condômino é chamada “unidade autônoma”. Um termo que indica limites junto a outras pessoas também autônomas, e que exige convivência e participação em determinadas situações. “Em qualquer instância, é uma decisão política. Vale tanto para um condomínio quanto para a inserção nos rumos da cidade, do estado, da nação e do planeta”, conclui Cortella. 

A  reflexão vale também para a vida cristã, bem observada por Paulo na carta aos Filipenses. O apóstolo diz que os cristãos são cidadãos dos céus (3.20), mas insiste para não serem omissos, e sim, que vivam uma vida de acordo com o evangelho de Cristo (1.27). Nos dois casos ele usa o termo grego politeuste, o contrário de idiótes. Percebe-se, portanto, que o cristão exerce responsabilidades em duas instâncias – e que Lutero definiu de reino de Deus da direita (igreja) e reino da esquerda (estado). Um exercício de cidadania, inclusive, recomendada por Jesus ao dizer “dêem a Imperador o que é do Imperador e a Deus o que é de Deus”. Assim, cabe decidir pela cidadania ou pela idiotice.

Marcos Schmidt, pastor luterano

marsch@terra.com.br

Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

03/10/2012

A faca e o queijo

Domingo estaremos com a faca e o queijo na mão, mas como evitar que depois roubem o nosso queijo? Este é um detalhe que ainda precisamos aprender. O julgamento do Mensalão tem mostrado que nem tudo está perdido, e quem sabe, depois de escolhermos o nosso prefeito e vereadores, tenhamos mais audácia para pressioná-los ou denunciá-los. Até porque eles são colocados lá para o bem comum da sociedade e não para serem servidos por ela. “Eu vim para servir”, disse Jesus aos seus discípulos, indicando o caminho para fazerem o mesmo. A política é um discipulado. As pessoas públicas são colocadas nos seus lugares por Deus, e para isto pagamos impostos, escreve Paulo (Romanos 13.6). Assim o voto é divino, e, portanto um compromisso cristão.

Mas um compromisso também para cobrar. É assim na vida cristã, somos responsáveis uns pelos outros. “Se o seu irmão pecar vá e mostre o erro dele” (Mateus 18.15), lembra o Salvador. Na administração pública deve acontecer o mesmo. Até porque se um prefeito ou vereador está pecando por negligência, irresponsabilidade, corrupção, falcatruas, sendo infiel à sua vocação, quem é responsável por denunciar estas iniquidades? Somos nós, aqueles que os elegeram. Portanto, chega de falar dos políticos corruptos, falemos aos políticos corruptos. Para isto a sociedade civil deveria conhecer melhor os mecanismos para que o povo não fique refém entre uma e outra eleição.

Outra coisa, e se o vereador fosse voluntário, isto é, sem salário como era antigamente? Eu penso que se tivéssemos vereadores voluntários, os eleitos seriam pessoas movidas por legítimo civismo, além de eliminarmos muitos interesseiros. Mas domingo é preciso escolher, e eu já sei em quem não vou votar: naqueles que fazem barulho. Afinal, como pedir ajuda a um vereador com a lei do silêncio se ele mesmo não a respeitou na sua campanha?  Um simples detalhe entre outros para que depois não roubem o nosso queijo.  

Marcos Schmidt, pastor luterano

marsch@terra.com.br

Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS